sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

carta

um detalhe,
um canto mais amargo do seu sorriso
sob a lua da cidade,
palavras sugeridas num sarro dos ombros
enquanto as sombras da noite nos ultrapassavam,

de pouco me recordo, as imagens se apagam,
mesmo a sua ao telefone, indiferente,
à partida, ao nosso desejo, ao corte de tudo,
- triste representação!

até logo, uma cerveja, um baseado,
dois, três, cinco cigarros e a parede suja
do quarto quando nada mais parece adiantar,
os ridículos milhares de quilômetros,
este inverno turco,
os pulmões encardidos,
este beco sem saída,

e você?


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Publicado inicialmente no blog O único e verdadeiro Deus vivo.