Carlos Drummond de Andrade, a filha Maria Julieta e uma amiga, 1935. |
NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Nota: Este poema de Carlos Drummond de Andrade foi publicado inicialmente na Revista de Antropofagia, em 1928 e depois incluído no livro Alguma poesia, de 1930; é um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira com ampla repercussão no seu tempo e ao longo da história da nossas letras; tanto que, em 1967, o seu autor resolveu publicar uma compilação cujo intuito era o de ser uma biografia do poema.
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Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira,
Minas Gerais, em 1902. Estreou na literatura em 1930 com a publicação de Alguma poesia e nos cinquenta anos
seguintes publicou diversas obras fundamentais da literatura brasileira como Sentimento do mundo, A rosa do povo e Claro enigma. Morreu no
Rio de Janeiro em 1987.
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