Nomeio com o silêncio
Posso nomear o inominável com a palavra
posso nomear a pátria
o amor o oiro uma rosa
posso gritar ou calar
posso enunciar as cores
os mares as ilhas os pássaros os frutos.
Digo o nome de minha amada
à pátria chamo-a pelo seu nome
repito duas vezes uma palavra
chamo o inominável com o silencio.
Não me atrevo
Assolado
pelo riso e pelas palavras
golpeado
pelos pequenos sentimentos e pelas coisas insignificantes
por meio amor
e meio ódio
aí onde há que gritar
falo com um sussurro
Conheceis esta voz
quebra-se na garganta seca
como uma cana
os velhos poemas caem de mim
todavia não me atrevo a sonhar com os novos
com a nova poesia
a qual
pode pressentir-se
num momento feliz
pelo riso e pelas palavras
golpeado
pelos pequenos sentimentos e pelas coisas insignificantes
por meio amor
e meio ódio
aí onde há que gritar
falo com um sussurro
Conheceis esta voz
quebra-se na garganta seca
como uma cana
os velhos poemas caem de mim
todavia não me atrevo a sonhar com os novos
com a nova poesia
a qual
pode pressentir-se
num momento feliz
Queima de poemas
Conto-vos uma história
não muito curiosa
a queima de poemas
deve fazer-se em silêncio
é uma cerimónia
desprovida de gestos
patéticos
a queima de poemas deve fazer-se
no meio de uma decoração comum
uma mesa três cadeiras
um armário com livros
arde o papel
dança a chama
o fumo sobe para cima
Quando nasceram as palavras
gritou
agora cala
Conto-vos uma história
não muito curiosa
a queima de poemas
deve fazer-se em silêncio
é uma cerimónia
desprovida de gestos
patéticos
a queima de poemas deve fazer-se
no meio de uma decoração comum
uma mesa três cadeiras
um armário com livros
arde o papel
dança a chama
o fumo sobe para cima
Quando nasceram as palavras
gritou
agora cala
* tradução portuguesa publicada inicialmente no blog Poesia Ilimitada
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