ESTE FALAR
SOMBRIO
Qual Orfeu canto eu,
com a Lira da Vida, a Morte,
e, de dentro da beleza do mundo
e dos olhos teus que regem os céus,
só sei este falar sombrio.
Não te esqueças que também tu, de súbito,
naquela manhã - quando o teu leito
estava ainda úmido de orvalho, e o cravo
ainda aguçava o coração teu -
tu também viste o Rio das Sombras
que passava por ti.
Enquanto a Lira Silenciosa
te retesava ainda as ondas de sangue,
eu agarrei teu coração pulsante.
Transformara-se a onda dos teus cabelos
no cabelo escuro da noite,
e nevava melancolia em ti,
os flocos a te cortar o rosto.
E eu não pertenço a ti.
Queixamo-nos ambos agora.
Mas qual Orfeu sei eu
sobre a vida, da Margem da Morte,
- e ante mim escurecem
os teus olhos pra sempre fechados.
Qual Orfeu canto eu,
com a Lira da Vida, a Morte,
e, de dentro da beleza do mundo
e dos olhos teus que regem os céus,
só sei este falar sombrio.
Não te esqueças que também tu, de súbito,
naquela manhã - quando o teu leito
estava ainda úmido de orvalho, e o cravo
ainda aguçava o coração teu -
tu também viste o Rio das Sombras
que passava por ti.
Enquanto a Lira Silenciosa
te retesava ainda as ondas de sangue,
eu agarrei teu coração pulsante.
Transformara-se a onda dos teus cabelos
no cabelo escuro da noite,
e nevava melancolia em ti,
os flocos a te cortar o rosto.
E eu não pertenço a ti.
Queixamo-nos ambos agora.
Mas qual Orfeu sei eu
sobre a vida, da Margem da Morte,
- e ante mim escurecem
os teus olhos pra sempre fechados.
SOMBRAS
ROSAS SOMBRAS
debaixo d'um céu estrangeiro
sombras rosas
sombras
por sobre uma terra estrangeira
por entre rosas e sombras
coberta d'uma água estrangeira
minha sombra
debaixo d'um céu estrangeiro
sombras rosas
sombras
por sobre uma terra estrangeira
por entre rosas e sombras
coberta d'uma água estrangeira
minha sombra
* Tradução de Matheus Jacob Barreto
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