BALADA DA VIDA EXTERIOR
E crescem crianças de olhos
profundos,
Que nada sabem e crescem e morrem,
E toda a gente segue os seus caminhos.
E os frutos verdes se tornam
maduros,
Caindo à noite como as aves mortas,
E jazem alguns dias e apodrecem.
E o vento vai soprando, e nós
gastando
As palavras que ouvimos e dizemos,
E no corpo há prazeres e há cansaços.
Há estradas pela relva e há
lugares
Com árvores e lagos e archotes,
E há outros feridos de mortal secura...
Talhados para quê? E tão
diferentes
E tantos que nem podem ser contados?
Que importa rir, chorar, perder a cor?
De que nos servem tantos passatempos,
Na grandeza de eternos solitários,
Vagueando sem jamais buscar um alvo?
Isto que importa aos que correram
mundo?
Mas muito diz quem pronuncia — “Noite”,
Palavra donde nasce uma tristeza,
Escorrendo como o mel dos favos
ocos.
Que nada sabem e crescem e morrem,
E toda a gente segue os seus caminhos.
Caindo à noite como as aves mortas,
E jazem alguns dias e apodrecem.
As palavras que ouvimos e dizemos,
E no corpo há prazeres e há cansaços.
Com árvores e lagos e archotes,
E há outros feridos de mortal secura...
E tantos que nem podem ser contados?
Que importa rir, chorar, perder a cor?
Na grandeza de eternos solitários,
Vagueando sem jamais buscar um alvo?
Mas muito diz quem pronuncia — “Noite”,
Palavra donde nasce uma tristeza,
•
Hugo von Hofmannsthal nasceu no
dia 1.º de fevereiro de 1874, em Viena. Destacado dramaturgo, foi um dos
principais nomes do movimento Fin de Siècle em língua alemã. Outro lance de
prestígio na sua biografia é sua vivência na música; com Richard Strauss compôs
uma série de libretos. Também escreveu poesia. Morreu no dia 15 de julho de
1929, em Viena.
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