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Noites
Loucas — Noites Loucas!
Estivesse eu
contigo
Noites Loucas seriam
Nosso luxuoso abrigo!
Para Coração em porto —
Ventos — são coisas fúteis —
Noites Loucas seriam
Nosso luxuoso abrigo!
Para Coração em porto —
Ventos — são coisas fúteis
Bússolas — dispensáveis —
Portulanos — inúteis!
Navegando em pleno Éden —
Ah, o Mar!
Quem dera — esta Noite — em Ti
Ancorar!
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Às vezes, em Tardes de Inverno,
Uma Luz Enviesada —
Como o Som das Catedrais
Opressora, Pesada —
Nos fere com Dor Divina —
Porém cicatriz não fica
Senão no fundo de nós,
Onde o Sentido habita —
É o Selo do Desespero —
A ele — Nada lhe Falta —
Angústia imperial
Que nos desce do alto
Quando vem, a Terra atenta —
Sombras — param no ar —
Quando vai, é como a Morte
Ao Longe, a se afastar —
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Primeiro Ato é achar,
Perder é o segundo Ato,
Terceiro, a Viagem em busca
Do “Velocino Dourado”.
Perder é o segundo Ato,
Terceiro, a Viagem em busca
Do “Velocino Dourado”.
Quarto, não há Descoberta —
Quinta, nem Tripulação —
Por fim, não há Velocino —
Falso — também — Jasão.
•
Emily Dickinson nasceu a 10 de dezembro de 1830, em Amherst.
De vida reclusa, trabalhou continuamente na construção de uma poesia que só se
descobriu em sua grande dimensão depois da sua morte; em vida, poucos textos foram
publicados sem alcançar reconhecimento. Sua obra tem sido organizada em
cartas, textos esparsos e poemas; neste gênero somam-se mais de mil textos. A
poeta estadunidense morreu no dia 15 de maio de 1886.
* Traduções de Paulo Henriques Britto.