A DECISÃO
I
O que faz
mover o olho se não o invisível?
Fugir de
Deus é a estrada mais longa.
Quando jovem
era perseguido por um pássaro –
O galispo recuava
lento com seu canto
Não conseguia
arrancar da mente aquele som,
O sonolento
rumor de folhas num rápido vento.
II
Levantar ou cair,
a disciplina é só uma!
A linha do
horizonte se aguça!
Qual é o caminho?,
grito ao pavoroso escuro,
As brasas às
minhas costas, a instável sombra.
Qual é o caminho?,
pergunto, e me disponho a andar
Como um homem
que enfrenta a chegada da neve.
O HIPOPÓTAMO
A Cabeça ou
o Rabo – o que falta neles?
Creio que é
sua Dianteira o que volta!
Vivem com Cenouras,
Alho-poró e Feno;
Bocejam – e levam
o Dia Inteiro –
Muitas vezes
penso que viverei assim.
O DIAMANTE
O pensamento não pode triturar-se
A grande forja
bate em vão.
A verdade não
se quebra nunca;
Sua armação
permanece.
Os dentes de
entrelaçadas engrenagens
Giram lentamente
na noite,
Mas a
verdadeira substância resiste
Ao peso do
martelo.
A pressão não
pode romper
Um centro
tão petrificado;
A ferramenta
não arranca nem uma lasca de madeira,
O núcleo acaba
firme.
* Tradução de Pedro Fernandes de O. Neto
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