Repadeira
Filha mais doce
Do verde sol subterrâneo
Fugiria
Da barba branca da parede
Se ergueria em plena praça
Vórtice envolto em sua beleza
Com sua dança-de-serpente
Fascinaria tempestades
Mas o ar de amplas espáduas
Não lhe estende as mãos
Do verde sol subterrâneo
Fugiria
Da barba branca da parede
Se ergueria em plena praça
Vórtice envolto em sua beleza
Com sua dança-de-serpente
Fascinaria tempestades
Mas o ar de amplas espáduas
Não lhe estende as mãos
Aula de poesia
Sentamos no
banco alvo
Sob o busto de Lenau
Nos beijamos
E de passagem falamos
Sobre versos
E de passagem falamos
Sobre versos
Falamos
sobre versos
E de passagem nos beijamos
E de passagem nos beijamos
O poeta vê
algo através de nós
No banco alvo
No pedregulho do caminho
No banco alvo
No pedregulho do caminho
E silencia
Com seus belos lábios de bronze
Com seus belos lábios de bronze
No Parque da
cidade de Vrchatz
Aprendo lentamente
O cerne da poesia
Aprendo lentamente
O cerne da poesia
Crítica da poesia
Depois da
leitura de poemas
No serão literário da fábrica
Começa o diálogo
Começa o diálogo
Um ouvinte
ruivo
De face marcada por manchas solares
De face marcada por manchas solares
Ergue dois dedos
Camaradas
poetas
Se eu lhes
versificasse
Toda a minha vida
O papel ficaria rubro
Toda a minha vida
O papel ficaria rubro
E pegaria
fogo
•
Vasko
Popa nasceu em 29 de junho de 1922, em Grébenatz, na Sérvia. Parte dos títulos que publicou são Casca (1953), O campo do desassossego (1956), Paracéu (1968), A terra ereta (1972), Sal lupino, Carne viva e A casa do meio do caminho (três obras do mesmo ano, 1975) e Corte (1981). Morreu em 5 de janeiro de 1991.
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