SEI
Sei
que o meu
amor
não é uma
luz
capaz de
clarear
a sombria
falta de sentido
do mundo
Sei
que o meu
amor
às vezes
pesa
– e me
oprime
pois carrega
o vazio pela
vida afora
– Mas também
sei
que o meu
amor é
a batida do
coração
golpeando no
meu peito
e sei
que se o meu
amor
ao menos foi
capaz de pôr
um sorriso
nos teus lábios
então ele
não é em vão.
ESCRITO
clareia o
dia
o arbusto da
presença
cutuca a
janela
desescrevo-me
tal multidão
nada possui
trevos e o
repelão
cuidadoso
das algas
o molde d’água
ensaboada,
profundo
firma-se no
tempo,
frio
o idioma
sangra
desescrito
•
Carl Jóhan
Jensen nasceu a 2 de dezembro de 1957 em Tórshavn. Recebeu o Prêmio Faroês de Literatura
em seu país por três vezes.
* Tradução de Luciano Dutra.
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