MUNDO
SENSÍVEL
A alma é só
acima do mundo azul
Da terra bela e animal, sem espaço.
Um dia a
terra em movimento
Com os tons, as brisas, o cheiro do sexo e as estações
E os risos que como as palavras não retornam mais
E as árvores
cuja copa é majestosa
E no calor imenso os esforços
Do passageiro ou viajante,
Nada são à
alma obscura e que se move
Para um outro poder e a um outro toque
De adoração
No interior
de seu impulso cego;
mas de outros dias
Tudo é um, e uno no uno, e tudo no uno
E uno em Deus
E Deus presente no tronco d’árvore morto.
A
VIRGINDADE REVINDA
Seu seio se
desenvolveu nesses últimos tempos
Seu corpo foi novo a meus olhos, sua alma partiu
como louca nas nuvens
Seu torso com seus pesos não estará fadado
Ao amor do homem e da mulher
Não se reergueram seus desejos de suas infâncias
Via Láctea ela não está deitada na noite sem vento?
Reconheci-a segura, sua nudez inteira
E que sua alma estava igual a suas mãos e que a água
corria sobre ela para lavá-la,
E que os cheiros subiam e que a luz se calava.
Uma voz me assegurou de sua inteira virgindade
Enfim de sua doçura ela estava encantada.
Da terra bela e animal, sem espaço.
Com os tons, as brisas, o cheiro do sexo e as estações
E os risos que como as palavras não retornam mais
E no calor imenso os esforços
Do passageiro ou viajante,
Para um outro poder e a um outro toque
De adoração
mas de outros dias
Tudo é um, e uno no uno, e tudo no uno
E uno em Deus
E Deus presente no tronco d’árvore morto.
Seu corpo foi novo a meus olhos, sua alma partiu
como louca nas nuvens
Seu torso com seus pesos não estará fadado
Ao amor do homem e da mulher
Não se reergueram seus desejos de suas infâncias
Via Láctea ela não está deitada na noite sem vento?
Reconheci-a segura, sua nudez inteira
E que sua alma estava igual a suas mãos e que a água
corria sobre ela para lavá-la,
E que os cheiros subiam e que a luz se calava.
Uma voz me assegurou de sua inteira virgindade
Enfim de sua doçura ela estava encantada.
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Pierre Jean
Jouve nasceu a 11 de outubro de 1887 em Arras, ao norte de França. Autor de uma
poesia fortemente influenciada pelas obras de Charles Baudelaire, Gérard de
Nerval e Stéphane Mallarmé, se tornou um dos nomes mais influentes da poesia
francesa do século XX. Jouve morreu no dia 8 de janeiro de 1976, em Paris.
* Traduções
de Pablo Simpson.
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