JOVEM SOLDADO MORTO
Não. Não é a morte
― sem um Paraíso ―
de quem foi roubado
da vida e seu riso;
tão pouco o assassínio,
doce, duro, lento,
do mártir sorrindo
para o firmamento:
é este sorriso
vão como a ilusão,
tão débil, tão vão!
Na boca morta de um menino.
ANTÍFONA À MOCIDADE QUE VAI
MORRER
Quais sinos dobrarão por estes que
assim morrem
como animais? Só a ira horrenda dos canhões.
Só o rápido estrondar dos fuzis gaguejantes
deles dirá as apressadas orações.
Nenhum escárnio: nem prece ou dobre a finados;
nenhuma voz de dor, salvo os coros ― os coros
insanos e ásperos das balas soluçantes,
e clarins a chamar de tristonhos condados...
Que velas poderão sua morte
ajudar?
Em seus olhos, e não entre as mãos de meninos,
a sacrossanta luz do adeus há de brilhar.
Terão na palidez de frontes femininas
a mortalha; no amor de almas pacientes ― flores,
e em cada anoitecer ― um abaixar de cortinas...
― sem um Paraíso ―
de quem foi roubado
da vida e seu riso;
doce, duro, lento,
do mártir sorrindo
para o firmamento:
vão como a ilusão,
tão débil, tão vão!
Na boca morta de um menino.
como animais? Só a ira horrenda dos canhões.
Só o rápido estrondar dos fuzis gaguejantes
deles dirá as apressadas orações.
Nenhum escárnio: nem prece ou dobre a finados;
nenhuma voz de dor, salvo os coros ― os coros
insanos e ásperos das balas soluçantes,
e clarins a chamar de tristonhos condados...
Em seus olhos, e não entre as mãos de meninos,
a sacrossanta luz do adeus há de brilhar.
Terão na palidez de frontes femininas
a mortalha; no amor de almas pacientes ― flores,
e em cada anoitecer ― um abaixar de cortinas...
•
Wilfred Owen nasceu em Plas Wilmot,
Shropshire, a 18 de março de 1893. Seu trabalho como poeta, constituído em
grande parte por poemas marcados pela celebração à guerra, foi apresentado na
antologia Poems, organizada por S. Sassoon, um de seus amigos mais
próximos, dois anos depois da morte de Owen em combate na Batalha de la Sambre
a 4 de novembro de 1918.
* Traduções de Abgar Renault.
Nenhum comentário:
Postar um comentário