AMANTES
Foi no
primeiro pogrom que eles
se
encontraram, atrás das ruínas de suas casas –
doces
mercadores em troca: o amor dela
por uma
História repleta de poemas.
E nos fornos
quentes eles
conseguiram
astuciosamente
dar um breve
beijo antes que o soldado
extraísse o
dente dourado dela.
E dentro da
fumaça,
enquanto as
chamas subiam,
tentou
beijar seus seios fumegantes,
enquanto ela
queimava no fogo.
Depois se
perguntaria:
será que o
escambo foi completado?
enquanto o
espancavam
e sabiam que
ele tinha sido enganado.
CELEBRAÇÃO
Quando você
se ajoelha para mim
E segura em
ambas as mãos
O cetro da
minha masculinidade,
Quando você
enrosca sua língua
Na jóia de
âmbar
E pede a
minha benção,
Entendo
aquelas garotas romanas
Que dançavam
ao redor da fonte de pedra
E a beijavam
até ela ficar quente.
Ajoelha-te,
meu amor, mil pés abaixo de mim,
Até não
poder ver mais tua boca e tuas mãos,
Realizar a
cerimônia,
Ajoelha-te
até eu alcançar tuas costas
Com um
grunhido, como aqueles deuses no teto
Que Sansão
ajudou a desmoronar.
ASSIM COMO A
NEBLINA NÃO DEIXA MARCAS
Assim como a
neblina não deixa marcas
Na colina
verde-escura
Meu corpo
também não deixa marcas
No seu, nem
nunca deixará.
Quando vento
e uivo se encontram,
O que sobra?
Assim é o
nosso encontro,
Depois nos
viramos, e pegamos no sono.
Assim como
há noites que ficam
Sem lua, sem
estrela,
Assim
ficaremos
Quando um de
nós tiver partido.
* Traduções
de Martins Vasques da Cunha
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