Frio deixar na Toalete
O único Sabor que ela nos
dava –
É difícil, embora –
Seja mais fácil – que fazer
as Tranças –
E um ar feliz dar ao
Corpete –
Se o olho que a mimou foi
arrancado –
Por Decálogos – fora –
***
A brasa arde e enrubesce –
Ó alma sob as Cinzas
Todo esse tempo e não
morreste?
A brasa arde e sorri –
Branda Luz se faz nova
Brilham horas extintas
Próprio do Fogo é a
persistência
E Prometeu não viu –
Por Deus, partiu como um
soldado,
O fuzil junto ao peito –
Meu Deus, seja ele o mais
valente
Dentre os guerreiros.
Ó Deus, pudesse eu vê-lo
ainda
Com dragonas na farda –
Nem temeria o inimigo
Nem as batalhas.
•
Emily Dickinson nasceu a 10 de dezembro
de 1830, em Amherst. De vida reclusa, trabalhou continuamente na construção de
uma poesia que só se descobriu em sua grande dimensão depois da sua morte; em
vida, poucos textos foram publicados sem alcançar reconhecimento. Sua obra tem sido organizada em cartas, textos
esparsos e poemas; neste gênero somam-se mais de mil textos. A poeta
estadunidense morreu no dia 15 de maio de 1886.
*Traduções de José Lira
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