quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O poema de João Cabral de Melo Neto em louvação a Oscar Niemeyer




À Brasília de Oscar Niemeyer 

Eis casas-grandes de engenho, 
horizontais, escancaradas, 
onde se existe em extensão 
e a alma todoaberta se espraia. 

Não se sabe é se o arquiteto 
as quis símbolos ou ginástica: 
símbolos do que chamou Vinicius 
"imensos limites da pátria" 

ou ginástica, para ensinar 
quem for viver naquelas salas 
um deixar-se, um deixar viver 
de alma arejada, não fanática.


João Cabral de Melo Neto nasceu no dia 9 de janeiro de 1920 no Recife. Publicou seu primeiro livro de poemas Pedra do sono em 1942; a partir de então seguiu-se títulos como O engenheiro (1945), O cão sem plumas (1950), O rio (1954), Quaderna (1960), A educação pela pedra (1966), Morte e vida severina e outros poemas em voz alta (1966), Museu de tudo (1975), A escola das facas (1980), Agreste (1985), Crime na Calle Relator (1987), Sevilla andando (1989), entre outros. Morreu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro.

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