NOTURNO
Lúgubres na
penumbra,estrelas pálidas o archote
amortalhado
ondeiam
Dos confins
do céu,fogos-fantasmas alumbram
arcos sobre
arcos que se alteiam,
nave
pecadobreu da noite
Serafins,
As hostes
sem norte despertam
para o
serviço, até que tombem
na penumbra
sem lua,mudas,turvas, ao fim,
assim que
ela erga e vibre inquieta
o seu
turíbulo
e
alto,longo,á turva,
sobrelavada
nave,
a
estrela-sino tange,enquanto, calmas,
as espirais
do incenso ascendem,nuvem sobre nuvem,
rumo-ao-vazio,
do venerável
resíduo de
almas
BAHNHOFSTRASSE
Olhos que
zombam mostram com sinais
a rua em que ando enquanto a tarde cai-
a rua em que ando enquanto a tarde cai-
a rua é
turva, e seus sinais,violáceos-
a estrela do encontrar-se e do apartar-se
a estrela do encontrar-se e do apartar-se
estrela
má!da pena!a idade moça,
do coração pleno de alento,foi-se,
do coração pleno de alento,foi-se,
e falta um
velho e sábio para entender os
sinais, que me acompanham zombeteiros
* Traduções de Alípio Correia.
sinais, que me acompanham zombeteiros
•
Nasceu em
Dublin, em 2 de fevereiro de 1882. Em 1902, depois de se formar, mudou-se para Paris, por pensar que lá poderia
estudar medicina. Porém, logo acabou por assistir a aulas e por devotar-se à
escrita de poemas e rascunhos e à elaboração de um “sistema estético”. Seu primeiro livro foi a antologia de poemas de Música de câmara, publicado em Londres, em 1907; depois vieram Dublinenses,
um livro de contos, em 1914; Um retrato do artista quando jovem (1916)
e Exilados (1918), uma peça. Ulysses, um livro em que estivera trabalhando
desde 1914, foi publicado no seu aniversário, em Paris, em
1922, e deu-lhe fama internacional. No mesmo ano, começou a trabalhar em Finnegans
Wake, que publicou em 1939. Morreu em Zurique a 13 janeiro de 1941.
* Traduções de Alípio Correia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário