NANA, NANANA
Sentes que a
minha vida é um rio caudaloso,
tomado do delírio das enchentes,
correndo alucinado para o mar!
E te assombras, com medo dos abismos,
onde as águas nos seus loucos paroxismos
te possam arrastar...
tomado do delírio das enchentes,
correndo alucinado para o mar!
E te assombras, com medo dos abismos,
onde as águas nos seus loucos paroxismos
te possam arrastar...
No entanto,
sobre a flor dessas águas tempestuosas,
leve com as espumas vaporosas,
hás de sempre boiar...
leve com as espumas vaporosas,
hás de sempre boiar...
Sentindo a
sensação deliciosa
de que as águas arrogantes, tumultuosas,
estão cantando para te ninar.
de que as águas arrogantes, tumultuosas,
estão cantando para te ninar.
MISTICISMO
Na paisagem
da rua calma,
tu vinhas
vindo… vinhas vindo…,
e teu
vestido era tão lindo
que parecia
que tu vinhas envolvida na tu’alma…
Alma
encantada;
ama lavada
e como que
posta ao sol para corar…
E que mãos
misteriosas terão feito o teu vestido,
que até
parece o de Maria Borralheira,
quando foi
se casas…!
─ Certamente
foi tecido
pelas mãos
de uma estrela fiandeira,
com fios de
luz, no tear do luar…
no tear do
luar…
O teu
vestido era tão que parece o de Maria Borralheira
quando foi
se casar…
─ “Cor do
mar com todos os peixinhos…!
─ Cor do céu
com todas as estrelas…!
E vinhas
vindo… vinhas vindo…
na paisagem
da rua calma,
e o teu
vestido era tão lindo
que parece
que tu vinhas envolvida na tu’alma…
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