NA VINHA DOS ANOS FANADOS
Festejo na vinha dos anos
Fanados e em minha garganta
Brota o canto vindimo, ufano.
A chuva de estanho me adensa
Com pâmpanos vermelhos-azuis
Cinjo minha cabeça pensa.
Contemplo trapos de sarmento
Envergo minha jarra tonta
E sigo acima, altivo e lento.
Talvez pare no cimo,
Lanço ao chão minha jarra de vinho
Desejo a todos bom descanso.
UM POETA
FUTURO
Quando acabar nos jardins húngaros
a raça humana: a rosa – um santo
moço tristonho há de ficar
e ele terá razões de pranto.
Invejo-te, moço futuro,
que cantarás tua cantiga
quando não mais houver quem ouça
ou sofra a nossa praga antiga.
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Endre Ady nasceu a 22 de novembro de 1877 em Érmindszent. Foi escritor e jornalista pioneiro da literatura
húngara moderna. Seu primeiro livro de
poemas foi publicado em 1899 e até sua morte em escreveu mais de
mil textos do gênero apresentados em uma dezena de livros. Escreveu contos e artigos. Morreu no dia 27 de janeiro de 1919 em Budapeste.
* Traduções de Nelson Ascher.
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