Jorge de Sena. Foto: Fernando Lemos. |
Das várias
efemérides que marcaram o ano de 2019, duas delas se destacaram e motivaram os
leitores em torno de suas obras. Foram os centenários de Sophia de Mello Breyner
Andresen, celebrado no dia 6 de novembro, e o de Jorge de Sena, celebrado
quatro dias antes. A obra da primeira autora foi motivo de interesse pela revista 7faces;
a edição 10, publicada em fevereiro de 2015, sublinhou a obra da poeta
portuguesa (acesse aqui). Agora, referente ao primeiro semestre do ano dez deste periódico
destacamos a obra do segundo nome e por razões maiores que os cem anos do seu
nascimento.
Jorge de Sena
manteve relações muito estreitas com o Brasil. Sua participação em atividades
revolucionárias que tentavam barrar o tempo de trevas em instalação no seu país
natal colocou sua liberdade e vida em risco; em 1959, se viu forçado ao exílio. Em agosto do mesmo ano veio aqui a convite da Universidade Federal da Bahia para participar do IV Colóquio
Internacional de Estudos Luso-Brasileiros. Foi a ocasião que lhe permitiu
receber e aceitar o convite para lecionar na Universidade Paulista, em Assis. Na
nova casa que foi também sua salvação, concluiu um doutorado em Letras – abandonando em definitivo qualquer
vento da antiga formação como engenheiro civil – e lecionou como professor
efetivo em Araraquara. Formou aqui todas as bases de sua carreira como criador e intelectual. Sua permanência nesse país durou até o levante da
ditadura militar, em 1964. Exilou-se, então nos Estados Unidos, onde viveu até
sua morte em 4 de junho de 1978.
Quer dizer: um
centenário, a luta pela liberdade (igualmente necessária nos tempos nebulosos de
agora) e a estreita relação de Jorge com o nosso país constituem três motivos
principais que nos levaram a decidir por essa homenagem. Não foi uma decisão pensada a longo prazo. Este número enfrentava problemas para sua realização quando veio o interesse pela poesia seniana; da decisão a este número correu a toque de caixa. Nada, entretanto, ficou a desejar.
É uma edição primorosa que se publica graças ao intercâmbio com a mais importante especialista na obra de Jorge de Sena, Gilda Santos, quem estabeleceu as pontes necessárias para os convidados que, em tempo recorde, não deixaram de colaborar com o envio das intervenções sobre a poesia do poeta homenageado. Este número, portanto, publicado no quase apagar das luzes de 2019 é, possivelmente a última linha escrita na extensa lista de atividades desenvolvidas no ano do centenário de Jorge de Sena e é, como poderá ler, uma das mais importantes edições da 7faces.
É uma edição primorosa que se publica graças ao intercâmbio com a mais importante especialista na obra de Jorge de Sena, Gilda Santos, quem estabeleceu as pontes necessárias para os convidados que, em tempo recorde, não deixaram de colaborar com o envio das intervenções sobre a poesia do poeta homenageado. Este número, portanto, publicado no quase apagar das luzes de 2019 é, possivelmente a última linha escrita na extensa lista de atividades desenvolvidas no ano do centenário de Jorge de Sena e é, como poderá ler, uma das mais importantes edições da 7faces.
No número em
questão, o leitor encontra textos de Kenneth David Jackson (Universidade de
Yale), Teresa Cristina Cerdeira (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Luis
Maffei (Universidade Federal Fluminense), Marcelo Pacheco Soares (Instituto
Federal do Rio de Janeiro), Lucas Laurentino (Universidade Federal do Rio de
Janeiro), Lucas Mendes (Universidade Federal de Juiz de Fora), Pedro Belo Clara
e Maria Vaz, de Portugal. Esses textos constituem um rico dossiê sobre uma obra
que, embora marcada por trabalhos em várias frentes, se destacou pela poesia.
E, por falar
em poesia, dois cadernos acompanham esse dossiê com poemas de autores de várias
partes do Brasil e de países como Portugal e Cabo Verde. São eles: Lídia Jorge,
uma seleção inédita por aqui do seu poemário recém-editado em Portugal; Carlos Pittella,
Rui A. Ribeiro, Wellington Amâncio da Silva, José Pascoal, Caroline Costa e
Silva, Salif Diallo, Francisca Maria Fernandes, Marco Nepomuceno, Wellington
Carvalho de Arêa Leão, Amanda Santos e Rafael Mendes.
Podemos dizer, assim, que encerramos muito bem o ano e com boas expectativas de concluir as atualizações com as edições subsequentes, disponibilizando ainda no primeiro semestre de 2020 os números 20 e 21 e no segundo semestre o número 22. Trabalharemos para isso.
Podemos dizer, assim, que encerramos muito bem o ano e com boas expectativas de concluir as atualizações com as edições subsequentes, disponibilizando ainda no primeiro semestre de 2020 os números 20 e 21 e no segundo semestre o número 22. Trabalharemos para isso.
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