terça-feira, 4 de agosto de 2020

Dois poemas de Johannes R. Becher

 


AOS DE 20 ANOS
 
Vocês!... A rua mantém aberta
A dobra de seus casacos no crepúsculo passado.
Casernas e o armazém. E leva ao fim da guerra.
Logo perseguirá dos asilos a rajada de vento,
 
Das residências vem o fogo!
O poeta cumprimenta vocês, de vinte anos, com bombas e bombas,
Peito de aço, dentro a lava, pesa como a nova Marselhesa.
 
 
A NOVA SINTAXE
 
As bengálicas borboletas adjetivas
Circundam em seu canto o substantivo de sublimes e rígidas estruturas.
Um particípio-ponte vai vibrar, vibrar!
Enquanto o sagaz verbo, sonante aeroplano, se enrosca nas alturas.
 
Dança de artigos mexe graciosa balançantes perninhas.
Em ritmo de risadinhas agita-se uma plateia.
Mas então salta do trapézio, metálica,
Uma estrofe pura. A cadeia
 
Das lamparinas de rua despedaça-se.
Apesar daquela colorida dama de sagrado vocativo.
Um jovem poeta sujeitos cimenta.
Perfura o túnel do objeto... O imperativo
 
Eleva-se rapidamente, varrendo fantásticas paisagens de frases.
Sopre sete tubas de Hidra. Caem as nuvens.
E escorre o azul. Enérgicas montanhas avançam.
Assim desabrochamos no brilho de um sobremundo de luz de maio.
 
Johannes Robert Becher nasceu no dia 22 de maio de 1891, em Munique. Estudou Medicina e Filosofia. É uma das vozes mais importantes do expressionismo alemão. Autor de vasta obra, sua atividade literária começou em 1911. Filiado ao Partido Comunista exilou-se do seu país durante a República de Weimar. Morreu no dia 11 de outubro de 1958.
 
* Traduções de Claudia Cavalcanti.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário